sábado, abril 29, 2006

... (trecho de sentimental)


"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente. Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."

segunda-feira, abril 24, 2006

alguém um tanto despreparado para as venturas amorosas (Por Pedro)


“Vai lá cara, fala com ela!”.
“eu? Porque eu?”
“então ta falo eu!”
“tu não é doido...”
(rindo) “tu duvida?”
“olha mermão...”
“ta, ta... tu sabe q não vou fazer isso... mas vai lá falar com ela”
“hum...”
“ta esperando o que? Tu ta perdendo tempo cara! Vai logo, antes que outro vá”
“tu ta agourando é?”
(respira fundo, conta até 10) “não cara... não to agourando, só acho que estais a perder tempo aqui... VAI LOGO!!”
“ta ta to indo... credo q impaciência..”
(este pegando uma pedra e o outro apressando o passo) “impaciente? Tu vai ver quem é impaciente” (além de correndo sai rindo também)
“pronto... lá vai ele... até q enfim vai resolver essa história... ai ai...”
(nem um minuto se passou e lá volta ele) “não consigo...”
“como não consegue?”
“sei lá... não conseguindo”
“cara... perai... bora pensar....”
“pensar n q?
“não queres falar com ela?”
“quero...”
“não queres dizer pra ela logo tudo o q sentes?”
“quero...”
“então! Vamos pensar numa forma disso ser menos, er... digamos assim... um tanto quanto chata essa situação... saca?”
“é... eu saco. Mas não tem outro jeito.. é só chegar e falar.. acho que já até sei o q falar, mas não consigo nem chegar perto...”
(o outro já impaciente sentado na calçada, meio que desanimado...) “é cara... então o q a gente faz? Não! Melhor... o q tu faz?”
“ah... não sei... vamo embora vamo?”
“ta, a gente pode até ir... mas não venho mais contigo”
“ta bom, ta bom vou lá!”
“isso... assim q se fala... boa sorte cara (falando e empurrando o outro) vai vai vai”
“to indo” (nisso se afastando e chegando na casa da bendita...)
“er.. oi! Tudo bom?”
“e ai menino... entra”

terça-feira, abril 11, 2006

SAUDADE


Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler.

Miguel Falabella



segunda-feira, abril 10, 2006

Uma carta bem clichê (por Pedro)


Eita chuvinha gostosa aquela que resolveu cair bem naquela hora né? Eu que pensava que não tinha mais nada, mas era só um começo... estou a me perguntar agora como eu acho tão fácil assim as tuas notas. Parece que elas estão sempre nos meus acordes... sabe... levando isso em consideração, a gente pode enxergar dessa forma ó: “As coisas que você faz e/ou diz, independente que você entenda ou não eu acabo entendendo mesmo quando não entendo” (coloquei as aspas por ser um pensamento meu, mas inerente a mim... entendeu?)

Lembra daquele “tum-tum” no meu peito? Eu lembro... até hoje ele ecoa... pra te falar a verdade não lembro dele tão “tum” assim outra vez... acho que foi o medo, o alívio, teus olhos, não sei!

Não to procurando... juro! Mas acho que to achando...